Você conhece a história do dinheiro? Existente há milhares de anos, ele é mais que um meio de pagamento: é parte do desenvolvimento de diferentes culturas e países. 

Apesar da história do dinheiro não ser tão conhecida, ela é rica de elementos que podem ser trabalhados na sala de aula. Continue a leitura para conhecer a história do dinheiro e como usá-la em atividades para os estudantes.  

Qual é a história do dinheiro?  

Apesar de pensarmos no dinheiro apenas como um meio de pagamento, ele possui uma história fascinante que começou há mais de 5 mil anos - especialmente se expandirmos nossa definição do que é dinheiro. 

Isso porque arqueólogos, filósofos e economistas têm teorias próprias sobre onde e quando surgiram os primeiros sistemas comerciais, que estimularam a prática do escambo. 

Mas, de forma geral, podemos atribuir a origem do dinheiro às transações que eram feitas com cereais, gramas de prata, objetos de argila, conchas do mar ou grãos de cacau, até chegar às moedas metálicas cunhadas oficialmente pelos reis do antigo Iraque. 

Além de ter um valor em si, esses produtos também serviam como unidade de medida e eram usados para quantificar o valor de outras coisas pelo seu peso. 

Desde pagar salários com móveis até calcular os juros de uma dívida, isso era possível (e comum) há milhares de anos! 

História do dinheiro: as primeiras moedas  

As primeiras moedas cunhadas oficialmente por um governo teriam surgido por volta de 640 a.C. na Anatólia, atual Turquia, com o selo do rei Alíates da Lídia. 

Essa moeda, normalmente feita a partir de uma liga de ouro e prata conhecida como electrum, é mais antiga que as moedas cunhadas na China, Índia ou em civilizações como a egípcia, grega ou romana. 

Sua durabilidade, facilidade de transporte e valor fez com que elas se popularizassem e se transformassem em um instrumento de controle político. Arrecadação de impostos, financiamento de exércitos e expansão do comércio eram alguns de seus usos. 

Entretanto, materiais como bronze e cobre, comumente usados para a fabricação de moedas em países como China, se depararam com uma escassez do material. Além disso, os governantes não queriam que suas valiosas moedas escapassem para terras estrangeiras. 

Por isso, eles estabeleceram uma regra: apenas moedas feitas de ferro poderiam ser usadas. Entretanto, elas eram tão pesadas que nem sequer as mulas suportavam a carga de grandes transações. 

Então, durante a dinastia Song (1.000 D.C.), na China, foi emitido o primeiro papel-moeda do mundo: o jiaozi, feito a partir da casca da amoreira. 

Qual é a história do dinheiro no Brasil?  

A história do dinheiro no Brasil começou com a chegada dos portugueses, já que os indígenas praticavam o escambo.  

A partir de meados do século XVII, a coroa portuguesa passou a enviar ao Brasil moedas metálicas, principalmente moedas de ouro, para facilitar as transações comerciais e o pagamento de impostos. As moedas mais utilizadas eram os "réis", termo derivado do "real", que era a moeda utilizada em Portugal e em outras partes do império português. 

Em 1695, com a descoberta do ouro em Minas Gerais, a produção de moedas de ouro foi intensificada. As conhecidas "moedas de ouro maciço" foram cunhadas durante esse período e circulavam como meio de troca no Brasil Colônia. 

No início do século XIX, em 1808, com a chegada da família real portuguesa ao Brasil, a Casa da Moeda do Rio de Janeiro foi fundada. Essa instituição passou a ser responsável pela cunhagem regular das moedas brasileiras. 

Com a independência do Brasil em 1822, foi instituída a primeira Constituição do país, que autorizava o governo brasileiro a emitir moeda própria. Ao longo dos anos, a moeda brasileira ganhou nomes como "mil-réis", "cruzeiro", "cruzado" e "cruzeiro novo", até chegar no “real”, em 1994. 

No vídeo abaixo, da BBC Brasil, é possível saber mais sobre a origem do dinheiro, assim como o motivo pelo qual o dólar se tornou uma das principais moedas no mundo:  

4 motivos para trabalhar a história do dinheiro nas minhas aulas  

Apesar de longa e complexa, trabalhar a história do dinheiro na sala de aula pode trazer uma série de benefícios aos estudantes. 

Contextualização histórica e multidisciplinar  

Explorar a história do dinheiro estimula a aprendizagem multidisciplinar, permitindo que eles relacionem eventos históricos com a economia e entendam melhor o contexto em que ocorreram. 

Ademais, os estudantes conseguem visualizar a evolução das sociedades ao longo do tempo e como as estruturas econômicas moldaram civilizações. 

Leia também: Temas transversais: saiba quais são e como trabalhar 

Consciência cultural  

A história do dinheiro está intrinsecamente ligada à cultura e identidade de uma sociedade. Ao estudá-la, os alunos podem ganhar insights sobre como as diferentes culturas interagem com o conceito de dinheiro e o valor que atribuem a ele. 

Estímulo do pensamento crítico  

Ao explorar diferentes aspectos da história do dinheiro, os jovens são encorajados a pensar criticamente sobre as mudanças econômicas e sociais que ocorreram ao longo do tempo. 

Leia também: Neuroeconomia e educação financeira: qual a relação? 

Desenvolvimento de conceitos relacionados à educação financeira  

Valor do dinheiro, planejamento financeiro, investimentos e consumo responsável são apenas alguns dos temas dentro da educação financeira que podem ser explorados com o auxílio da história do dinheiro. 

Como trabalhar a história do dinheiro na sala de aula? 4 atividades  

Moedas do mundo  

Após compartilhar a história do dinheiro com os estudantes, peça que eles pesquisem sobre as histórias das moedas em diferentes países. Entre os temas a serem pesquisados estão os valores, símbolos e características únicas de cada moeda. 

Personagens históricos relacionados ao dinheiro  

Outro trabalho que pode ser realizado sozinho ou em grupo relacionado ao dinheiro é a pesquisa a respeito das figuras históricas, que desempenharam um papel significativo na história do dinheiro como reis, rainhas, economistas ou banqueiros famosos. 

Linha do tempo do dinheiro  

Peça aos alunos que pesquisem e criem uma linha do tempo mostrando a evolução do dinheiro ao longo da história, desde as formas primitivas de troca até as moedas e notas modernas. 

Visita a uma instituição financeira  

Após trabalhar o passado da história do dinheiro, que tal olhar para o presente desse signo com os estudantes? Levar a sala para visitar uma agência bancária pode ser a oportunidade ideal para aprender sobre as transações financeiras atuais e como elas são realizadas “nos bastidores”. 

Essa visita também oferece uma oportunidade incrível para trabalhar temas econômicos atuais, como juros, empreendedorismo e inflação. Esse último tema, em especial, pode render muitos debates interessantes com as turmas. 

No artigo “O que é inflação e como levar o tema para a sala de aula”, nós explicamos como esse assunto pode ser trabalhado com os estudantes. Não deixe de conferir!