Entenda como a psicologia financeira pode impactar seu bolsoTempo de leitura estimado: 8 min.
19 janeiro 2022
Família
Cada pessoa lida com o dinheiro de uma maneira diferente. Isso porque cada pessoa possui sonhos, metas, salários e gastos também diferentes. Mas você sabia que na psicologia financeira existem perfis que explicam melhor nossas decisões relacionadas aos recursos limitados?
Você é uma pessoa que gasta dinheiro como se o mundo fosse acabar amanhã? Ou você prefere poupar o máximo de recursos? Também há quem tenha pavor de investir, deixando todo o dinheiro na poupança.
Se você está infeliz com sua saúde financeira hoje, pode ser que a solução para esse problema esteja dentro de você. Vamos entender a psicologia financeira e como ela nos ajuda a ter uma vida financeiramente mais saudável?
O que é psicologia financeira?
Psicologia financeira pode ser resumido como o estudo do comportamento humano relacionado às finanças. Nessa análise, a psicologia busca entender como as emoções e os gatilhos nos levam a tomar decisões de consumo.
Se o seu fogão quebrar, você avaliará as opções disponíveis e comprará o que melhor lhe atende, não é mesmo? Isso significa que essa é uma compra racional, feita por necessidade e com um olhar para o melhor custo-benefício. Ou seja, esse é um exemplo de consumo consciente.
Agora, imagine que você mora em uma das cidades mais quentes do Brasil, e está planejando uma viagem para um local frio. Obviamente, você tem poucas roupas para este clima e decide comprar duas blusas e um casaco para levar na viagem. Entretanto, você se depara com uma promoção em que, se comprar quatro blusas, a quinta é grátis.
Nessa situação, caso você não consiga analisar a real necessidade das cinco blusas e entender como o valor final da compra vai impactar seu orçamento, sua compra pode acontecer por impulso e prejudicar suas finanças.
São comportamentos como esses que a psicologia financeira estuda. Pois, ao identificar as atitudes de cada pessoa, é mais fácil encontrar as soluções para problemas como o endividamento e a inadimplência.
Vale lembrar, inclusive, que a psicologia financeira não tem como objetivo impedir as pessoas de gastar dinheiro ou incentivá-las a viver apenas poupando dinheiro. Ela apenas auxilia as pessoas a ter uma vida financeira mais saudável, com maior controle dos gastos e tomada de decisões responsáveis e conscientes.
Quais fatores afetam a nossa saúde financeira?
Nossa relação com o dinheiro, bem como com outros recursos limitados como o tempo, pode ser trabalhada a partir de uma série de fatores que não costumamos relacionar aos hábitos financeiros. Dentre eles, vale citar:
Padrões familiares
Se crescemos ouvindo nossos pais falando que a solução de todos os nossos problemas é ganhar na Mega Sena, fazemos o que quando viramos adultos? Apostamos na Mega Sena para solucionar nossos problemas.
Da mesma forma, se nossos pais afirmam que o dinheiro é um “mal necessário”, cresceremos relacionando o dinheiro a situações negativas.
A maneira com que nossa família cuida e fala sobre dinheiro ajuda a moldar a nossa percepção sobre finanças. Até mesmo hábitos que passam despercebidos nos mais velhos, como o desperdício de alimentos, pode ser absorvido por crianças mais atentas.
Cultura e sociedade
Você sabia que 67% da população brasileira não consegue poupar dinheiro? Entre os brasileiros das classes C, D e E, o percentual aumenta para 71%. Mas o que chama mais atenção é que nas classes mais ricas, A e B, 54% das pessoas afirmaram não ter esse hábito. Ou seja, não é apenas a falta de dinheiro que impede uma pessoa de poupar.
A sociedade em que estamos inseridos também faz parte das nossas decisões - e o teste do marshmallow é prova disso.
Nesse teste, pesquisadores da Universidade Stanford informaram às crianças que elas poderiam comer um marshmallow a qualquer momento. Entretanto, se elas esperassem alguns minutos, elas ganhariam outro marshmallow.
Após anos de estudo, os cientistas perceberam que, em sua maioria, aquelas que esperaram para obter uma recompensa melhor dos pesquisadores tiveram mais sucesso na vida. Aquelas que não resistiram e sucumbiram ao prazer imediato apontaram mais problemas para ter hábitos financeiros saudáveis.
Ou seja, todos temos “marshmallows” que esperamos comer. Mas a escolha entre seguir o impulso ou agir de maneira responsável é o que pode nos levar a ter finanças mais saudáveis.
Quais são os principais perfis financeiros?
Outro ponto que também influencia nossa relação com o dinheiro é o nosso perfil financeiro, um conjunto de características e comportamentos que influenciam como cada um lida com estes recursos.
Mas não se esqueça que uma pessoa pode se encaixar em mais de um perfil financeiro e que eles não são imutáveis. Alguns desses perfis, são:
Endividado
Vamos começar por um dos perfis mais conhecidos. Nesse perfil estão as pessoas que costumam ser mais imediatistas e gastar mais que o necessário, sem seguir nenhum planejamento.
Por isso, acabam entrando e saindo “do vermelho” várias vezes ao ano. Muitas vezes, as dívidas são consequências de atitudes tomadas com base em emoções como insegurança, baixa autoestima e até mesmo culpa.
Gastador
Esse perfil pode ser similar ao anterior, mas eles não são sinônimos. Isso porque enquanto o endividado gasta mais do que ganha e entra em dívidas, o gastador usa todo o seu salário, mas evitando ultrapassar esse limite.
Entretanto, existem situações em que os gastões entram em dívidas. Isso porque eles não possuem nenhuma reserva financeira ou investimentos.
Desligado
“Relaxa, vai ficar tudo bem. Tenho o dinheiro para pagar a parcela desse mês. Para o próximo, eu penso como resolver depois”. Você conhece alguém assim? Então você conhece um desligado.
Como o próprio nome já diz, esse perfil não possui um controle rígido das finanças e vive uma vida de dúvidas por não saber quanto dinheiro terá disponível no próximo mês e quanto gastar em uma compra específica.
Apesar de gastar moderadamente, ele não possui grandes reservas e está longe de ter independência financeira.
Poupador
O perfil financeiro poupador sabe a importância de economizar dinheiro e pensa com cautela antes de realizar uma compra. Pessoas dentro desse perfil, muitas vezes, são vistas como “mão-de-vaca” por conseguir separar seus pensamentos de suas decisões.
Por não ter grandes ambições financeiras, levam uma vida simples, mas perdem oportunidades de investimento por terem medo de perder dinheiro.
Investidor
Se de um lado temos o endividado, que gasta tudo, no outro temos o investidor, que está sempre em busca de novas aplicações.
Apaixonados por finanças, os investidores são mestres no planejamento e economia de dinheiro - o que, muitas vezes, pode ser um empecilho para viver no presente, se não houver equilíbrio.
Como unir a saúde mental com a vida financeira?
Para conseguir olhar para o dinheiro de maneira mais saudável, existem alguns ensinamentos da psicologia financeira e algumas técnicas de autoconhecimento que podem ajudar. Vamos conhecê-las abaixo.
Entenda quais são os seus gatilhos
Você compra uma roupa nova toda vez que tem um dia ruim de trabalho? Não resiste a uma sobremesa toda vez que come em um restaurante? É fã de tecnologia e sempre troca de celular quando vê um lançamento incrível?
Todos nós temos gatilhos que parecem ser “mais fortes do que a gente” e que nos levam a cair nas armadilhas psicológicas financeiras como o consumismo, o imediatismo e a influência dos outros. Por isso, é nosso trabalho identificar os gastos em desacordo com nossas metas e objetivos financeiros.
Assim, a próxima vez que você se deparar com esses gatilhos, você terá mais elementos para lhe ajudar a lutar contra ele e não cair nas armadilhas da mente.
Determine objetivos financeiros possíveis
Uma maneira simples de controlar as suas finanças é escolhendo alguns objetivos que lhe ajudarão a ter mais foco. Mas não se esqueça que eles devem ser possíveis.
Isso porque uma viagem com a família no final do ano parece muito mais possível de ser alcançado do que comprar uma casa nova à vista. Quanto mais realizáveis forem seus objetivos, mais motivado você se sentirá para alcançá-los.
Conforme você for ganhando mais controle das suas finanças, é possível aumentar o nível de dificuldade das próximas metas para seguir com o mesmo estímulo.
Invista em conhecimento
Benjamin Franklin uma vez afirmou que “investir em conhecimento rende sempre os melhores juros”.
Quanto melhor entendemos como nosso estilo de vida impacta nossas finanças e de quais maneiras esse dinheiro poderia ser mais bem aproveitado - ou investido - se torna mais fácil poupá-lo. Também é com o conhecimento que podemos aprimorar nossos investimentos e fazer nosso patrimônio crescer com mais agilidade e segurança.
É por isso que o conhecimento é sempre o melhor dos investimentos. E quanto antes ele for adquirido, melhor. Por isso, se você tem filhos, não deixe de investir na educação financeira deles.
E o Gênio das Finanças está aqui para lhe ajudar nisso! Nosso programa de Educação Financeira Comportamental forma crianças e adolescentes financeiramente mais saudáveis, que sabem planejar e tomar atitudes conscientes para a realização de seus sonhos. Entre em contato conosco e entenda como levar o Gênio para a escola dos seus filhos.
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