Mesada educativa: como ensinar as crianças sobre poupar dinheiro?Tempo de leitura estimado: 7 min.
23 agosto 2022
Família
Entre as diversas maneiras de ensinar os filhos sobre dinheiro, a mesada educativa ainda é uma das mais tradicionais. Com ela, os pais enxergam uma possibilidade de abordar assuntos como o ato de planejar, poupar e, até mesmo, juros.
Entretanto, a mesada também apresenta uma série de desafios aos pais, que sentem receio em estimular o consumismo ou fazer com que os filhos se sintam obrigados a economizar o máximo possível por “medo de gastar”.
Para oferecer a mesada de maneira educativa, reunimos algumas das principais questões que te ajudarão a ter filhos financeiramente mais saudáveis. Vamos lá?
5 principais dúvidas sobre mesada educativa
Dar ou não uma mesada para as crianças?
O primeiro e principal ponto de dúvida de muitas famílias é se a criança deve ou não receber qualquer tipo de mesada. E essa é uma resposta que dependerá do engajamento da família nesse projeto.
Muitos familiares começam a pagar mesada porque o amiguinho começou a receber ou a criança ganhou um cofrinho de presente de aniversário. Mas essa atitude pode gerar uma interpretação errada, de que o dinheiro vem “fácil” (e você sabe que isso não é verdade).
Como afirmamos acima, a mesada deve ser vista como uma oportunidade de ensinar aos filhos sobre a importância de planejar e economizar. Ou seja, ela deve ter “amarras” positivas.
Leia também: O que são armadilhas psicológicas financeiras e como evitá-las?
Qual é a hora certa de começar uma mesada educativa?
Se você está preocupado se é cedo ou tarde demais, fique tranquilo: não existe uma “hora certa” para começar uma mesada educativa. Para te ajudar a decidir qual é o momento ideal, entenda abaixo como cada faixa etária enxerga o dinheiro.
Crianças até 5 anos
Na primeira infância, as crianças começam a entender o que é dinheiro e como ele é ganho. Por eles ainda não entenderem contas, valores e quantidade, o contato ainda deve ser esporádico.
Crianças de 6 a 11 anos
A partir dos 6 anos, as crianças já têm uma base sobre o que é dinheiro e podem ter uma maior compreensão sobre o assunto. É aqui que o cofrinho entra em ação, mostrando a importância de economizar para o futuro.
A mesada pode começar a ser implementada aqui, mesmo que seja apenas uma moedinha de R$ 0,10 colocada a cada duas semanas em um cofrinho. Assim, ela ganhará uma experiência divertida que lhe mostra como pensar no dinheiro no presente e no futuro.
Adolescentes
Dos 12 anos em diante, o adolescente já está pronto para ganhar mais responsabilidades, como um aumento na mesada para comprar lanches na escola e investir em passatempos que lhe interessam.
Como definir o valor ideal da mesada?
Outra dúvida comum que surge entre os responsáveis é o valor ideal da mesada oferecida às crianças e adolescentes. E a resposta pode mudar de acordo com uma série de fatores, como:
Idade da criança
Uma criança de 5 anos e outra de 12 anos tem necessidades e conhecimentos diferentes, não é mesmo? Pense também que o valor oferecido provavelmente terá que ser “reajustado” de acordo com o crescimento da criança.
Vale citar também que uma das teorias mais comuns para decidir o valor da mesada de crianças entre 6 e 10 anos é usando sua idade, atribuindo-lhes R$ 1,00 a cada ano de vida, por semana.
Já a partir dos 11 anos, muitas famílias optam em dar 50% do permitido em sua condição financeira. Isso significa que se é possível dar R$ 100,00 de mesada, a sugestão é oferecer R$ 50,00.
Renda familiar mensal
A mesada das crianças deve ser condizente com o orçamento da sua família. Afinal, ela deve ser um momento de aprendizagem para os filhos, e não de preocupação para os pais.
Estilo de vida
Apesar da mesada ser uma decisão pessoal de cada família, também é importante considerar o ambiente social e o círculo de convivência dos filhos para evitar comparações e divergências muito grandes.
Com qual frequência devo dar uma mesada?
A periodicidade do pagamento também pode ser influenciada por questões como a idade.
Enquanto crianças de até 6 anos têm dificuldade com a noção de tempo e se adaptam melhor à semanada, as crianças de até 10 anos conseguem se planejar melhor e, portanto, terão uma melhor experiência com uma quinzenada.
A partir dos 11 anos, a mesada é indicada, pois faz uma relação com o recebimento do salário dos pais.
Vale a pena conferir: Como as escolas podem incentivar o empreendedorismo nos alunos?
Como usar a mesada como uma forma de aprendizagem?
Essa, para nós, é a pergunta mais importante relacionada à mesada educativa. Por isso, atenção! Tão importante quanto considerar a oferta de uma mesada para as crianças é ajudá-las a usar esse dinheiro para alcançar objetivos e assumir atitudes conscientes.
Para te ajudar nesse processo, reunimos 3 dicas que podem ser colocadas em prática para garantir a eficiência desse processo.
Mostre para as crianças a importância de planejar o futuro
A mesada vai muito além de mostrar para a criança quanto custa o lanche dela do recreio, ela também é a melhor ferramenta para reforçar a importância de se preparar para o futuro.
Por isso, ao oferecer a mesada, diga que 20% do valor deve ser poupado para compras futuras. Se a criança vem pedindo por uma bicicleta ou boneca nova, use esse objeto de desejo como exemplo.
Outra ferramenta que pode ajudar a criança no processo de poupar é a regra 50/30/20. Esse método de organização financeira ajuda crianças e adultos a criar um orçamento saudável com limites de gastos para as três principais áreas da nossa rotina.
Para uma criança, isso significa:
- Gastos essenciais (50%): Lanches escolares, materiais escolares, livros;
- Desejos pessoais (30%): Cinema, parques de diversões, lanches aos finais de semana;
- Poupança (20%): Economizar para comprar brinquedos, fazer viagens.
Deixe a criança decidir
Acima, nós afirmamos que parte dos 20% guardados pode ser investido para comprar brinquedos ou para viagens. Mas cada criança tem sonhos diferentes - e deve ser responsabilidade dela decidir como a mesada pode ajudar a alcançá-los. Por isso, não tente definir suas decisões, dê mais autonomia e protagonismo para ela.
Sempre a estimule a investir em conhecimento
“Investir em conhecimento rende sempre os melhores juros”. Essa frase, de Benjamin Franklin, é uma máxima dentro do Gênio das Finanças porque ela reforça a importância do aprendizado para evoluirmos.
Estimule a criança a buscar conhecimento nessa e outras áreas importantes com livros, cursos e ferramentas que lhe estimularão a crescer e serem mais responsáveis.
Outra opção que ajudará suas crianças a planejar, estabelecer metas e assumir atitudes conscientes é o nosso programa de educação financeira.
Alinhado com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que entende a educação financeira como uma área de conhecimento transdisciplinar, o Gênio das Finanças se baseia em conceitos da Pedagogia, Psicologia e Economia para formar estudantes financeiramente mais saudáveis.
Acesse o nosso site e confira quais são as escolas conveniadas.