Pode parecer estranho abordar o tema inflação com os estudantes, mas acredite: esse assunto nunca foi tão importante. Após todas as mudanças que observamos nos jornais (e também na nossa rotina), explicar para os alunos o que é inflação e como ela pode afetar as finanças pessoais, é essencial para garantir o sucesso deles no futuro. 

Por isso, continue a leitura e entenda como trabalhar a inflação na sala de aula! 

O que é inflação? 

Segundo o Banco Central do Brasil (BC), a inflação é o aumento dos preços de bens e serviços. Com isso, ela representa uma redução do poder de compra, elevando o custo de vida em um país. Ela é medida pelos índices de preços e, no Brasil, o sistema utilizado é o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). 

Ainda de acordo com o Banco Central, “a inflação gera incertezas importantes na economia, desestimulando o investimento e, assim, prejudicando o crescimento econômico.” Isso porque as pessoas, assim como as empresas, perdem a noção dos preços relativos e não conseguem entender o que realmente está caro ou barato. 

Após ler essas informações, você pode estar pensando: “se a inflação causa tantos problemas, por que ela não é reduzida?”. Essa ação possui até um nome, e é o próximo tópico deste artigo. 

O que é deflação? 

Se a inflação é o aumento dos preços, a deflação é a queda desses valores. E apesar da deflação parecer a solução, ela também traz problemas. O Banco Central explica que eles buscam manter a inflação baixa, mas não para reduzir os preços. 

Isso porque, caso os preços caiam, “um comerciante poderá ter prejuízo se ganhar menos amanhã pelo estoque que fez hoje”. E o olhar do consumidor também muda, pois “as famílias e as empresas poderão adiar suas decisões de consumo e investimento se houver a perspectiva de que os preços estarão mais baixos amanhã”. 

Ou seja, para evitar uma queda na atividade econômica, o ideal é que os valores cobrados sigam relativamente estáveis ao longo do tempo. 

O que é reduflação? 

Para que você consiga dominar esse tema econômico e levá-lo para a sala de aula, também é necessário conhecer o terceiro e último termo: a reduflação.  

Você já foi ao supermercado e reparou que grande parte dos produtos reduziram de tamanho? E os avisos de alterações no rótulo, informando a quantidade de produto também diminuiu? 

Isso é a reduflação, quando as empresas reduzem a quantidade dos produtos sem diminuir os preços. Assim, elas conseguem reduzir os gastos por oferecer uma quantidade menor pelo mesmo preço de antes.  

Essa economia pode ser gigantesca - e nós temos um ótimo exemplo para comprovar a eficácia da reduflação. Em 1987, a companhia aérea American Airlines economizou US$ 40 mil ao remover apenas uma azeitona de cada salada servida aos passageiros da classe executiva. 

E saiba que essa ação é legal, apesar de ser vista como pouco ética por muitos economistas. 

Como levar o tema “inflação” para a sala de aula? 

Apesar da inflação ser um tema de alta complexidade, ele pode ser explorado na sala de aula com atividades lúdicas e engajantes. Confira 4 sugestões que podem levar mais conhecimento aos seus alunos.  

Incentive os alunos a se tornarem “detetives financeiros” 

Com a internet se tornando parte da rotina de cada vez mais pessoas, esse pode ser o momento ideal para oferecer tarefas quase totalmente on-line. Um exemplo é a atividade “detetives financeiros”. 

Nela, o educador divide a classe em três grupos organizados por décadas: anos 80, 90 e 2000. Em seguida, cada grupo receberá um valor a ser estudado (recomendamos valores cheios, como R$ 100,00, R$ 200,00 e R$ 300,00). 

Com os dados em mãos, é hora de pesquisar o poder de compra desse valor nos dias de hoje, comparando com a década designada aos grupos. Eles também podem entrevistar adultos sobre como era viver nas respectivas décadas para ganhar uma visão mais ampla da economia. 

Vale a pena conferir: 4 atividades para trabalhar o empreendedorismo digital na sala de aula 

Criar um mercadinho das finanças 

Se os estudantes são mais jovens ou se você busca uma atividade mais lúdica, o mercadinho das finanças é a opção ideal! Ele começa com a montagem de um mercado dos anos 90 na sala de aula. Coloque frutas, arroz, feijão, óleo de cozinha e outros produtos que você encontrar ou, se preferir, pode soltar a criatividade para confeccionar os itens com materiais recicláveis. 

Os alunos chegarão na sala e ganharão uma quantia de “dinheiro” (notas de mentira) para comprar o que quiserem. Após o intervalo, eles voltarão para a sala e encontrarão os mesmos produtos, mas com os preços de 2022. 

Assim, eles visualizarão com facilidade o que é inflação e qual o impacto dela na nossa rotina. 

Leia também: Ideias para fazer sua feira de empreendedorismo na escola 

Trabalhe o assunto com filmes e livros 

Uma maneira simples, mas eficiente de abordar esse tema financeiro é com a ajuda de materiais educativos. O Banco Central, por exemplo, disponibiliza gratuitamente o livro “O fantasma da inflação” para trabalhar esse tema com as crianças. 

Já o livro “No planeta anão tem inflação?”, a inflação se torna o assunto central de uma história que envolve desde supermercados caros até passagens para Plutão. 

Mas, se você deseja trabalhar o tema com um filme, “De volta para o futuro” é um exemplo interessante. Nele, é possível ver as mudanças entre os anos 50 e 80 - ou seja - como a inflação pode ter um papel fundamental na nossa vida. 

Investir em um programa de educação financeira  

Todas essas atividades são apenas uma amostra de um universo de possibilidades dentro da educação financeira. Com um programa como o Gênio das Finanças, é possível ensinar as crianças a pensarem de maneira mais crítica em relação ao dinheiro, analisando os riscos e os benefícios de suas escolhas.  

Esse conhecimento também possibilita pensar no futuro e planejar sonhos com mais facilidade. Se você quer entender mais sobre educação financeira, recomendamos a leitura do artigo “O que é Educação Financeira e como ela pode formar cidadãos mais conscientes e saudáveis”. Esperamos que goste!