Como explicar a bolsa de valores para os estudantes Tempo de leitura estimado: 7 min.
07 fevereiro 2023
Família
Apesar de cada vez mais escolas entenderem a importância da educação financeira, muitas ainda não oferecem aprofundamento nesse tema. Abordar assuntos como a importância de poupar e estratégias para economizar é necessário - mas é possível ir além.
Se você deseja oferecer aos seus alunos uma educação que se preocupa com o futuro, que tal trabalhar com eles o que é a bolsa de valores? Acredite, é possível ensinar esse tema complexo com algumas atividades que reunimos. Confira!
O que é a bolsa de valores?
Garantir que você, educador, entenda o que é a bolsa de valores, é essencial para que possa oferecer uma educação mais integral aos estudantes. A bolsa de valores é um espaço de negociação, onde investidores podem comprar e vender títulos de renda variável.
Alguns exemplos de títulos de renda variável, são:
- Ações de empresas;
- Exchange Traded Fund (ETF);
- Fundos Imobiliários;
- Fundos de Investimento;
- Criptomoedas.
Qual a importância da bolsa de valores?
A bolsa de valores age como uma intermediadora entre as empresas e os investidores, garantindo que o mercado funcione de maneira eficiente e controlada ao oferecer um espaço onde:
- ações compradas são encaminhadas para seus compradores;
- investidores recebem dinheiro pelas ações vendidas;
- são armazenadas todas as ações em um único espaço seguro.
Como funciona a bolsa de valores?
Acessar o mercado de renda variável era um processo complexo, o que fazia com que apenas grandes investidores tivessem acesso a esse tipo de aplicação. Mas isso foi simplificado nos últimos anos, tornando o ato de investir na Bolsa de Valores mais democrático e simples.
Atualmente, é possível encontrar opções de investimentos por R$ 1,00 - ou seja, com o conhecimento necessário, qualquer um pode investir.
Ao navegar em uma plataforma de investimentos, a pessoa terá acesso a uma série de opções que poderão ser adquiridas. Se for comprado um lote de ações, por exemplo, o investidor terá um pedaço de participação em empresas de capital aberto e se tornará um acionista.
Apesar de profissionais na área realizarem inúmeras compras e vendas diárias, a maioria dos investidores olha para as aplicações em renda variável como um investimento de médio a longo prazo para aumentar e consolidar seu patrimônio financeiro.
Se você quer aprender mais sobre a bolsa de valores, separamos três vídeos produzidos por profissionais da área para te orientar. O primeiro deles, do Manual do Mundo, vai explicar em detalhes o que é a Bolsa de Valores:
Já o segundo conteúdo, da Nath Finanças, traz uma explicação mais aprofundada sobre as ações - o investimento de renda variável mais conhecido e usado entre investidores:
E o último dos conteúdos é para sanar aquelas dúvidas que todos temos sobre a bolsa de valores: como os investidores sabem quando uma ação vai cair ou subir?
Como explicar a bolsa de valores para os estudantes?
Agora que você entendeu como funciona a bolsa de valores, é hora de transmitir esse conhecimento para os estudantes. Abaixo, listamos 3 sugestões que ajudarão a explicar a bolsa de valores aos jovens.
Explique usando a “bolsa de arroz”
Usar elementos visuais é uma maneira eficiente de apresentar temas complexos às crianças e adolescentes, como o que é a bolsa de valores. Um exemplo que pode ajudar é a “bolsa de arroz”, em que você precisará de:
- um saco plástico velho e com aparência gasta;
- um pote plástico bonito;
- uma etiqueta colorida e atraente;
- um cifrão desenhado em uma folha de papel;
- arroz.
Você vai começar colocando o arroz no saco plástico velho, mostrando para os estudantes que aquela é a empresa X (se sinta livre para colocar um nome divertido). Apesar da empresa funcionar, ela precisa de um lugar novo para ser mais eficiente (neste momento, mostre o pote plástico e a etiqueta).
Como a empresa não possui dinheiro para fazer esses investimentos, ela vai colocar parte dela (alguns grãos de arroz) no mercado (a bolsa de valores, ou seja, o cifrão), onde as pessoas comprarão ações.
Com esse dinheiro extra, ela terá os fundos necessários para fazer o que deseja ou precisa (momento em que o arroz será colocado no pote bonito e adesivado).
Apesar desta ser uma explicação simplória desse processo, ela facilita a compreensão e engaja os jovens.
Leia também: 5 ideias para levar a sustentabilidade para a sala de aula
Traga exemplos reais
As aulas de matemática não são as únicas que podem trabalhar esse tema necessário. Caso você seja professor de Geografia ou História, é possível mostrar momentos importantes da história para explicar a importância da bolsa de valores nas relações entre países.
Alguns exemplos são:
- Quinta-feira Negra (em inglês, Black Thursday): nome dado ao dia 24 de outubro de 1929, quando ocorreu a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque;
- Quebra do tradicional banco Lehman Brothers, em 15 de setembro de 2008, causando a queda das bolsas e fazendo com que governos de vários países anunciassem planos de socorro à economia;
- Impacto da pandemia nas bolsas de valores ao redor do mundo, quando o Circuit Breaker teve que ser utilizado no Brasil para paralisar negociações.
Crie uma bolsa de valores na sala de aula
O último exemplo é um pouco mais trabalhoso, mas trará uma visão mais aprofundada aos estudantes sobre a bolsa de valores. Nessa atividade, a sala será dividida em grupos, que ganharão R$ 10.000,00 hipotéticos para investir na B3.
Os jovens farão pesquisas on-line para escolher os melhores investimentos e, depois, apresentarão suas escolhas à classe. Alguns tópicos que eles deverão considerar durante o projeto são:
- estratégia financeira utilizada para as aplicações;
- história das empresas escolhidas e suas propostas financeiras;
- se as empresas escolhidas possuem um plano ESG e/ou defendem as mesmas causas que o grupo acredita;
- os produtos são únicos dessa empresa ou outras concorrentes possuem carteiras parecidas.
Por que abordar a bolsa de valores na sala de aula?
Pode parecer estranho abordar um assunto tão específico e “adulto” para crianças e adolescentes, que provavelmente não investirão em renda variável por muitos anos. Mas não é porque esse assunto está distante da realidade dos estudantes, que ele não pode ser explorado.
Se sabemos que os jovens têm mais facilidade para absorver conteúdos e que o papel da escola é transmitir conhecimento, é necessário ir além para trazer um aprendizado que poderá ser aplicado na rotina desses futuros adultos.
Caso você queira levar mais educação financeira para suas aulas, confira também nosso artigo “Entenda como levar a inflação para dentro da sala de aula”. Até a próxima!