Planejamento financeiro familiar: o que é e como implementarTempo de leitura estimado: 6 min.
16 fevereiro 2022
Família
Manter as contas em dia, não tem sido uma tarefa fácil. Segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada em agosto de 2021, uma em cada quatro pessoas não estão conseguindo quitar suas dívidas.
Isso acontece por diversos fatores, como a situação frágil da economia do país e o alto índice de desemprego. Mas essas não são as únicas causas, uma vez que a falta de planejamento e organização com as contas tem prejudicado a vida dos brasileiros e muitas famílias estão se perdendo em meio às dívidas, sem saber quanto ganham e gastam por mês.
Por isso, a melhor forma de colocar as contas em dia, é elaborar um planejamento financeiro familiar que permita controlar os gastos, definir as prioridades e investir no futuro. Então, continue a leitura, conheça o que é um planejamento financeiro e veja dicas para tirar do papel aquele sonho de trocar de carro ou fazer uma viagem com a família.
O que é planejamento financeiro familiar e quais os benefícios?
O planejamento financeiro familiar é uma estratégia para organizar os ganhos e gastos para maior controle das finanças do lar, além de ser uma excelente ferramenta de educação financeira para os filhos.
Sabemos que crianças e jovens se espelham nos comportamentos dos adultos para aprender diversas coisas, como, chutar uma bola, escovar os dentes, e isso não é diferente com o dinheiro. Os filhos aprendem sobre finanças, também, a partir dos exemplos que observam dos pais.
Dessa maneira, não adianta, por exemplo, advertir a criança porque ela está consumindo toda a sua mesada em doces na cantina da escola, se os adultos compram por impulso e gastam todo o dinheiro que ganham, resultando em uma saúde financeira ruim.
Assim, elaborar um planejamento e programar os gastos gera benefícios para toda a família, veja alguns deles:
- Ter autocontrole e fazer escolhas mais assertivas, uma vez que se tem clareza sobre as metas e o caminho para atingi-las;
- Possibilita traçar um plano para realizar os sonhos;
- Aprender a poupar e a investir em um fundo de emergências;
- Melhorar a qualidade da vida financeira e emocional;
- Ensinar aos filhos atitudes e pensamentos saudáveis em relação ao dinheiro;
- Elaborar metas em família e buscar soluções.
6 dicas para fazer o seu planejamento financeiro familiar
Pegue papel e caneta ou, se preferir, existem ferramentas digitais, como planilhas e aplicativos gratuitos, como o Aplicativo Gênio das Finanças, que auxiliam na construção do planejamento financeiro e registro dos gastos diários, otimizando o tempo.
Mas, o mais importante é entender o que é mais adequado às suas necessidades e colocar a mão na massa!
1. Faça um raio-x da vida financeira atual e entenda os gastos
Grande parte das pessoas utiliza o tempo livre para complementar a renda da família com atividades extras, por isso fazer um levantamento das receitas, dos gastos e das dívidas estabelece um panorama geral de como está a sua vida financeira. Para tornar a tarefa mais fácil, é possível separar os custos em gastos fixos e variáveis.
Para os gastos fixos, considere despesas com valor já definido, como moradia, internet, alimentação e a mesada das crianças. Os gastos variáveis são aqueles que não têm um valor previamente fixado, como passeios, refeições fora de casa e despesas com o pet - os imprevistos também entram nessa conta, como a televisão que quebrou ou o remédio para quando o filho ficou doente.
2. Cheque as dívidas e corte gastos
De nada adianta ter uma renda mensal de R$ 16 mil e despesas de R$ 20 mil. Se você está endividado, identifique como é possível cortar gastos variáveis e utilizar esse dinheiro para renegociar as dívidas em parcelas que caibam em seu bolso e, se possível, evitar fazer novas.
Considere, por exemplo, guardar uma quantia pequena mensal e investir esse dinheiro. Existem ativos de renda fixa, como o CDB (Certificado de Depósito Bancário) com liquidez diária ou Tesouro Direto Selic, que podem render mais que a poupança.
3. Estabeleça as prioridades
Existem diversas formas de organizar as finanças e a forma mais simples, que não exige muitos cálculos e é indicada por especialistas do Serasa, é o método 50/30/20.
Nessa regra, 50% do orçamento é destinado às despesas fixas, como aluguel, conta de energia e alimentação, 30% para os desejos, passeios, restaurantes e 20% para pagar as dívidas, investir e montar uma reserva financeira para emergências.
É importante lembrar que esse método é uma sugestão de organização e deve ser ajustado de acordo com seu estilo de vida e prioridades.
4. Defina as metas e objetivos em comum
Seja para trocar o carro da família ou economizar para fazer uma reforma em casa, a ideia é reunir a família e estabelecer metas a curto, médio e longo prazo. Sugerimos que considere metas a curto prazo, aquelas para até 1 ano. Já as a médio prazo, de 1 a 5 anos, e as metas a longo prazo, aquelas que excedem os 5 anos.
O importante é que todos tenham clareza dos objetivos e quais ações são importantes para atingi-los.
5. Tenha atenção aos pequenos gastos do dia a dia
Você já conferiu quanto gasta com aquele docinho após o almoço? A armadilha mental da falta de atenção aos pequenos valores é o famoso “vilão” do planejamento financeiro.
A ideia não é abrir mão das coisas que proporcionam alegria no dia a dia, mas é necessário anotar os gastos e não perder o controle, afinal, aquela sobremesa de todo dia, pode comprometer, por exemplo, a viagem no final do ano.
6.Invista em educação financeira
Poucas pessoas sabem, mas as decisões financeiras também sofrem influência das emoções. Você já fez uma compra e se sentiu feliz, mas logo bateu o arrependimento? Fazer boas escolhas com o dinheiro, também envolve autoconhecimento, autocontrole, inteligência emocional entre outras habilidades.
Por isso, levar a educação financeira para as escolas e para dentro dos lares é benéfico tanto para as crianças e jovens, que desde cedo terão um aprendizado sistemático de como tomar decisões mais conscientes, como para os adultos, evitando o consumo exagerado, o desperdício e as decisões equivocadas de compras.
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