Como estimular o jovem empreendedor na sala de aulaTempo de leitura estimado: 8 min.
04 março 2022
Educador
Lançar uma startup, criar a própria marca e ser um jovem empreendedor de sucesso, antes dos 18 anos, já faz parte dos sonhos de muitos estudantes.
A revista americana Forbes destaca que a geração Z tem 55% mais chances de querer iniciar um negócio. Estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) aponta que, mesmo na pandemia, o número de jovens empreendedores cresceu 15% no Brasil em 2020.
Mas, afinal, o que de fato é necessário para começar hoje a preparar estudantes para o amanhã? Neste artigo, responderemos esta pergunta e muitas outras, além de trazer cinco sugestões de atividades práticas para a sala de aula.
Por que oferecer uma educação empreendedora?
Ciência, inovação e tecnologia nunca estiveram tão presentes no cotidiano das pessoas. Esse contexto dinâmico e digital, junto ao frágil cenário econômico que o mundo experienciou na pandemia, intensificaram as incertezas sobre o futuro do trabalho e a necessidade de habilidades que vão muito além do cognitivo.
O relatório Escolas do futuro: definindo novos modelos educacionais para a quarta revolução industrial, do Fórum Econômico Mundial (FEM), destaca a importância da Educação 4.0, um modelo inovador que integra tecnologia e educação, preparando as próximas gerações para o novo mundo.
O documento também enfatiza a importância de oito características críticas e experiências de aprendizagem, que os currículos escolares devem colocar em prática:
- Cidadania global: conteúdos que estimulem o aluno a construir consciência sobre o mundo e o seu impacto na sociedade e na sustentabilidade.
- Inovação e criatividade: trabalhar habilidades de inovação, resolução de problemas, pensamento analítico e criatividade.
- Tecnologia: aquisição de aptidões voltadas para as tecnologias digitais, como programação, e o uso responsável desses recursos.
- Interpessoal: conteúdo focado em habilidades socioemocionais, incluindo empatia, cooperação, liderança e consciência social.
- Aprendizagem personalizada e individualizada: ensino flexível, focado nas necessidades individuais, respeitando os limites e o progresso de cada estudante.
- Acessibilidade e ensino inclusivo: sair de um ensino restrito a algumas pessoas para o acesso de todos à aprendizagem.
- Aprendizagem colaborativa e baseada em problemas: promover ações pedagógicas baseadas em projetar e resolver problemas, por meio de um ensino mais colaborativo, próximo do esperado para o futuro do trabalho.
- Aprendizagem ao longo da vida: deixar a ideia de que o aprendizado diminui ao longo da vida, para uma concepção mais atual de melhoria contínua, onde as habilidades existentes são expandidas dando a possibilidade para a aquisição de novas, de acordo com as necessidades de cada pessoa.
Você pode estar pensando: mas qual é o primeiro passo para proporcionar essas experiências na sala de aula? E a resposta é o trabalho com o empreendedorismo!
A partir dele, é possível que os estudantes consigam:
- Desenvolver uma mentalidade empreendedora, que enxergue oportunidades nas dificuldades;
- Acreditar que é possível ter sucesso e se dedicar para alcançá-lo;
- Estar aberto para aprender com os erros e desenvolver a resiliência para tentar quantas vezes for necessário;
- Ter pensamento crítico para questionar e buscar oportunidades de melhoria, sem medo de correr riscos;
- Estar aberto para compartilhar ideias e contribuir para o aprendizado coletivo;
- Aprender em pares para atingir metas em comum;
- Tomar iniciativa e alavancar ideias;
- Saber administrar e organizar as finanças;
- Adotar hábitos e se espelhar em comportamentos de outros empreendedores.
Aliando conteúdo relevante e experiências significativas é possível inovar nas aulas e preparar os estudantes para desenvolver as competências necessárias para o futuro, tanto para buscar oportunidades de negócio, como para ter sucesso no mercado de trabalho.
5 ideias de atividades para estimular o jovem empreendedor na sala de aula
Trouxemos algumas sugestões de atividades práticas, tendo as metodologias ativas como aliadas nas práticas pedagógicas, como opções a mais para diversificar as propostas entre aulas expositivas e vivências.
1. Exercitar o autoconhecimento
Dar o primeiro passo em uma caminhada pressupõe saber qual rumo tomar, não é? Conhecer a si mesmo, seus desejos, motivações, propósitos e sonhos certamente é um excelente ponto de partida.
Então, proponha aos alunos um exercício simples. Ele consiste em anotar 10 coisas às quais dedicou tempo durante o período de uma semana. Vale tudo! Desde jogar vídeo game, pintar com aquarela, escrever no diário, assistir séries ou filmes.
Em seguida, separar as anotações em 3 colunas: coisas em que sou bom, coisas que gosto de fazer e coisas pelas quais posso ser pago para fazer.
Essa autorreflexão, que pode ou não ser compartilhada com toda a turma, possibilita ao estudante perceber a próprias qualidades e ter autoconfiança para iniciar a sua jornada empreendedora.
2. Inspirar e praticar a escuta ativa
Empreender é um caminho fácil? Para muitos jovens, a resposta pode ser sim, afinal, é “só” abrir um negócio! Mas a história não é bem assim.
Para despertar o desejo de conhecer mais sobre o tema e para que os estudantes pensem sobre os desafios de um empreendedor, apresente produções que mostrem empreendedores em ação, como o programa Shark Tank Brasil, disponível no YouTube.
É possível preparar aulas com os episódios e utilizar a metodologia ativa sala de aula invertida, com questionamentos disparadores, como: Quais problemas o produto apresentado resolve? Quem compraria esse produto/serviço? Como o empreendedor reagiu diante do aceite ou rejeição de sua proposta? Entre outras reflexões.
Escutar a opinião dos alunos é fundamental, pois fornece pistas de quais recursos metodológicos podem ser interessantes para engajá-los nas atividades.
3. Trabalhar o pensamento crítico e a criatividade na prática
Atividades envolvendo a aprendizagem baseada em problemas, como o desafio da torre de marshmallow, é uma forma muito divertida de trabalhar o pensamento crítico, inovação e trabalho em equipe para levantar hipóteses, testá-las e repetir o processo.
Nessa proposta, os estudantes trabalham em equipes de quatro integrantes para construir a torre mais alta que conseguirem em 18 minutos, utilizando apenas: um rolo de barbante, 20 espaguetes crus, fita crepe e um marshmallow, que deve ficar no topo da torre.
A partir desse problema, é possível que o estudante levante hipóteses, trabalhe em grupo, lidere e seja liderado, além de promover o diálogo e trocas de conhecimento.
4. Exercitar a empatia por meio do Design Thinking
Segundo a plataforma CAPES, o design thinking posiciona o aluno no centro do processo educacional para a solução de um problema, a partir do exercício da empatia, cooperação e colaboração.
Em grupos de trabalho, os alunos poderão realizar uma chuva de ideias e pensar em problemas que identificam no próprio cotidiano, ou de outras pessoas, levantando hipóteses de como saná-los, além de usar o mapa da empatia para nortear a construção das próximas etapas de seus projetos.
Nele, cinco perguntas iniciais devem ser respondidas pensando no contexto do público ao qual a solução se destina. São elas:
- O que essa pessoa sente?
- O que ele/ela vê?
- O que ele/ela fala e faz?
- Quais suas dificuldades/dores?
- Quais seus desejos e sonhos?
Ao se colocar no lugar do outro, o estudante coloca em prática o pensamento crítico e o trabalho em equipe, além de expandir o olhar para novas oportunidades, atitudes importantes para um jovem empreendedor.
5. Empreendedorismo e educação financeira
Você já ouviu falar em empresas que faliram devido a uma má administração? Educação financeira é essencial para todas as pessoas e precisa fazer parte do trabalho com empreendedorismo.
Sugerimos que os estudantes comecem, por exemplo, a elaborar o próprio planejamento financeiro, organizando a renda que possuem, como a mesada, e planejando os gastos e as receitas, além de economizar para uma reserva de emergência e poupar para realizar os sonhos futuros.
Neste artigo, trouxemos algumas ideias para despertar no estudante a vontade de se tornar um jovem empreendedor, e se você quer saber mais sobre o tema, confira nosso artigo sobre como as escolas podem incentivar o empreendedorismo nos alunos.
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