Você sabia que quase 80% das famílias brasileiras possuem dívidas em aberto? De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de novembro de 2022, 17,5% se consideravam muito endividados e 10,9% não tinham condições de pagar as contas. 

As dívidas são uma triste realidade de muitos brasileiros, que não devem ser ignoradas para evitar problemas maiores no futuro. Se você não sabe como sair das dívidas, montamos um passo-a-passo para te ajudar a ter mais controle financeiro e acabar com essa preocupação. 

Como sair das dívidas? 6 passos para ter mais controle 

Reúna todos as suas dívidas 

Quando pensamos em dívidas, muitas vezes sabemos que elas existem, mas não temos ideia do seu tamanho. 

Pode ser em uma planilha de Excel ou até mesmo em uma folha de papel, mas você precisa ter uma visão atual das suas dívidas se quer acabar com elas. Por mais difícil que seja encarar esses números, ao listar todos os seus débitos em aberto você ganhará controle da situação. 

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Liste todos os seus gastos financeiros atuais 

Vamos imaginar, ao longo deste conteúdo, que Giovanna descobriu ter R$ 10.000,00 em dívidas de cartão de crédito e empréstimos. Ela, que mora com sua filha e trabalha como analista de engenharia, ganha R$ 6.600,00 por mês. 

O que esses dados nos mostram? Que Giovanna não pode simplesmente deixar seus gastos de lado para liquidar as dívidas: ela terá que se planejar para fechar esses débitos em aberto - ou seja, incorporar essa meta em sua rotina financeira. 

Para isso, ela precisará saber todos os seus gastos mensais e anotá-los para ter mais clareza e conseguir “enxergar” para onde o dinheiro vai todos os meses. 

Uma dica para organizar esse processo é dividir os gastos entre fixos e variáveis: 

• gastos fixos: acontecem todos os meses sem grandes variações, como água, luz, internet, aluguel e plano de saúde; 
• gastos variáveis: mudam de um mês para o outro, como supermercado e lazer. 

Analise todos os gastos e faça cortes 

Anotou tudo? Acredite: agora começa a parte mais difícil do processo de como sair das dívidas. Esse é o momento em que reduções ou cortes nos gastos precisam ser feitos para ajudar sua saúde financeira. 

Como estamos falando em sair das dívidas, talvez seja necessário fazer “sacrifícios” em um primeiro momento a fim de quitar os débitos em aberto. Cortar excessos, como comprar roupas e sapatos todos os meses, é apenas um exemplo para garantir um futuro sem dívidas. 

Algumas opções de reduções de gastos fixos no orçamento familiar são: 

• renegociar o aluguel ou buscar uma moradia mais econômica; 
• reduzir o consumo de água e energia elétrica; 
• encontrar planos de internet e celular mais baratos; 
• cancelar cartões de crédito com anuidade; 

• mudar sua conta bancária para pacote de serviços essenciais, que é gratuita; 
• reduzir o pacote de tv a cabo ou até mesmo cancelá-lo; 
• comprar medicamentos de marcas genéricas; 
• fazer uma lista de compras quando for ao supermercado; 
• testar alimentos e produtos de limpeza de marcas mais econômicas. 

Apesar dos gastos variáveis permitirem cortes mais profundos, é importante ter momentos de lazer e diversão na rotina. Então priorize o que é mais importante para você e evite cortar tudo que te deixa feliz. 

Isso significa: 

• sair duas vezes ao mês, ao invés de todo final de semana; 
• trocar a caminhada no shopping por um parque ou bosque; 
• pedir delivery uma vez por semana, ao invés de pedir comida diariamente. 

Buscar fonte de renda extra 

“Como sair das dívidas” pode ir além da redução de gastos: essa atitude também pode incluir novas fontes de renda extra. Transformar um hobby ou habilidade em uma fonte de renda pode fazer o orçamento familiar crescer. 

Se você não sabe exatamente como sair das dívidas com uma renda extra, nosso artigo “24 dicas de renda extra dentro e fora da internet” pode te ajudar! 

Priorize débitos que serão quitados para sair das dívidas 

Após avaliar sua rotina de gastos e começar uma renda extra vendendo bolos de pote, Giovanna conseguiu separar R$ 900,00 para quitar suas dívidas. Mas qual débito quitar primeiro? Depende! 

O cheque especial e os cartões de crédito são os que possuem as taxas de juros mais altas, então eles podem ganhar prioridade. Também existem pessoas que preferem quitar dívidas mais baixas para ganhar mais energia e confiança para acabar com outros débitos. 

Para quem é desorganizado, é possível buscar um novo crédito com uma baixa taxa de juros que dê para quitar todas as dívidas. Assim, você terá apenas um valor em aberto, que facilita o planejamento e diminui o tamanho da dívida. 

Veja o TEDx Talk, em que Nathália Arcuri fala sobre os segredos por trás das mentes endividadas e dá dicas pra que seja possível ter uma vida financeira equilibrada. 

Não tenha medo de renegociar dívidas 

Assim como você espera sair das dívidas, os seus credores estão esperando receber seu dinheiro - e dispostos a lhe ajudar com isso. Com uma conversa honesta e aberta, é possível renegociar valores em aberto com prazos maiores e/ou redução de valores das parcelas. 

Oferecer pagamentos à vista também pode garantir descontos. Se essa for a vantagem oferecida pelo credor, pode valer a pena poupar o dinheiro por alguns meses e fazer o pagamento de uma vez. 

Saí das dívidas. E agora? 

Você conseguiu sair das dívidas? Parabéns por essa conquista, sabemos que ela não foi fácil. Não tenha medo de comemorar fazendo algo que adora, como sair para jantar com os amigos ou ir ao cinema. 

Mas não se esqueça: as dívidas podem voltar a qualquer momento. Isso significa que certos cuidados com a sua saúde financeira devem seguir para evitar novas dores de cabeça, como: 

• criar uma reserva de emergência para resolver imprevistos; 

• seguir um estilo de vida alinhado com seu salário; 
• evitar compras por impulso. Caso queira algo, escreva em uma lista e analise se daqui há um mês essa compra ainda faz sentido; 
• se planejar para gastos supérfluos, como compras de roupas e viagens; 
• controlar todos os gastos mensais; 
• investir na educação financeira pessoal e familiar. 

Se antes as finanças eram discutidas em sussurros pelos pais por trás de portas fechadas, hoje entendemos que elas devem fazer parte da rotina familiar. Ao falar sobre finanças com os filhos, permitimos que eles desenvolvam uma melhor compreensão sobre a relação do dinheiro com nossa rotina, assim como nossos sonhos. 

Confira nosso artigo “Orçamento familiar: como falar sobre finanças com os filhos” e entenda como e por quê de trabalhar esse assunto com as crianças.